FACULDADE DE TECNOLOGIA DE CARAPICUÍBA
3 RESENHA CRÍTICA
3.1 Conceito
A resenha crítica consiste na apresentação sucinta e apreciação crítica do conteúdo
de uma obra, ou seja, compreende o resumo e o comentário de uma obra científica ou
literária.
A resenha deve levar ao leitor informações objetivas sobre o assunto de que trata a
obra, destacando a contribuição do autor: abordagem inovadora do tema ou problema,
novos conhecimentos, novas teorias. Portanto, a resenha deve conter:
– o resumo das idéias principais da obra,
– uma apreciação crítica das informações apresentadas e da forma como foram
expostas e
– uma justificativa da apreciação realizada.
3.2 Propósitos da resenha crítica
A resenha de obras científicas é, em geral, feita por cientistas que, além do
conhecimento especializado do tema, têm condições de emitir um juízo crítico. Quando
realizada como um trabalho acadêmico, tem o propósito de exercitar a capacidade de
compreensão e de crítica do estudante.
A resenha crítica tornou-se importante recurso para os pesquisadores e, de um
modo geral, para as pessoas cuja atividade profissional ou de estudo requer informações
sobre a produção científica, artística ou cultural em seu campo de interesse, em
decorrência, principalmente, da explosão de conhecimentos característica da sociedade
contemporânea. Mediante a leitura do resumo da obra e da avaliação da mesma, que a
resenha possibilita, o profissional ou o estudante pode decidir sobre a conveniência ou não
de ler (ou adquirir) a obra.
3.3 Procedimentos
A resenha crítica deve abranger um conjunto determinado de informações, de modo
a cumprir sua finalidade. O roteiro a seguir baseia-se no modelo apresentado por Lakatos e
Marconi (1991, p. 245-246):
15
– Referência: autor(es); título; local da edição, editora e data; número de páginas;
preço.
– Credenciais do autor: informações gerais sobre o autor e sua qualificação
acadêmica, profissional ou especializada, títulos, cargos exercidos, obras
publicadas.
– Resumo da obra: resumo das idéias principais, descrição breve do conteúdo
dos capítulos ou partes da obra. (As perguntas seguintes são orientadoras: de
que trata a obra? O que diz? Qual sua característica principal? Requer
conhecimentos prévios para entendê-la?).
– Conclusão do autor: o autor apresenta (ou não) conclusões? Caso apresente,
quais são elas? Onde se encontram (no final da obra ou no final dos capítulos)?
– Quadro de referências do autor: a que corrente de pensamento o autor se
filia? Que teoria ou modelo teórico apóia seu estudo?
– Crítica do resenhista (apreciação): a) como se situa o autor da obra em
relação às escolas ou correntes científicas ou filosóficas; em relação ao contexto
social, econômico, político, histórico, etc.? b) quanto ao mérito da obra: qual a
contribuição dada? as idéias são originais, criativas? a abordagem dos
conhecimentos é inovadora? c) quanto ao estilo: é conciso, objetivo, claro,
coerente, preciso? a linguagem é correta? d) quanto à forma: é lógica,
sistematizada? utiliza recursos explicativos (ilustrações, exemplos, gráficos,
desenhos, figuras, etc.)? e) a quem se destina a obra: grande público,
especialistas, estudantes?
Nem sempre é possível ou necessário dar resposta a todas as perguntas ou itens
relacionados acima, o que muitas vezes depende da obra resenhada, bem como da
finalidade ou destino da resenha. Para fins de trabalhos acadêmicos, no entanto, são
indispensáveis os seguintes tópicos:
- a referência (aqui pode ser dispensado o item sobre preço da obra),
- o resumo da obra,
- as conclusões do autor,
- seu quadro de referências e
- a crítica do resenhista.
16
Obs.: O resenhista poderá (ou não) dar um título a sua resenha; se optar por
intitular, o título deverá guardar estreita relação com algum atributo ou idéia mais
destacada da obra, segundo a percepção do resenhista.
A elaboração de uma resenha crítica requer a aquisição gradativa, pelo estudante,
de competências de leitura, análise e interpretação de textos científicos. As diretrizes
metodológicas que seguem, baseadas em Severino (2000, p. 51-57), têm o propósito de
organizar, sistematizar a abordagem de textos teóricos, com vistas a obter o melhor
proveito de seu estudo, tanto como preparo para a elaboração de resenhas, como de outros
trabalhos acadêmicos.
A análise textual : etapa em que o estudante faz uma leitura atenta, porém corrida,
do texto para identificar seu plano geral; buscar dados sobre o autor, sobre o vocabulário
(conceitos, termos fundamentais à compreensão do texto), os autores citados, marcar e
esquematizar as idéias relevantes.
A análise temática: procura interrogar e identificar do que fala o texto, ou seja,
qual o tema? Como o autor problematiza o tema? Que posição assume? Como expõe passo
a passo seu pensamento, ou seja, como se processa seu raciocínio e argumentação? Qual é
a idéia central e as idéias secundárias?
A análise interpretativa: o estudante procura tomar uma posição a respeito das
idéias enunciadas, explora sua fecundidade e mantém um diálogo com o autor. Procura
estabelecer uma aproximação, associação e/ou comparação com as idéias temáticas afins e
com os autores que tenham desenvolvido a mesma ou outra abordagem do tema.
A análise crítica: o estudante formula um juízo crítico, avaliando o texto pela sua
coerência interna, quer dizer, pela maneira como o autor desenvolve e aprofunda o tema.
Avalia também sua originalidade, alcance, validade e contribuição à discussão do
problema.
As análises textual e temática servem de base para a elaboração do resumo,
trabalho acadêmico distinto da resenha, o qual, no entanto, constitui uma etapa do trabalho
de elaboração da resenha.
3.4 Apresentação da resenha
Como trabalho acadêmico, a resenha deve apresentar a seguinte estrutura:
- Folha de rosto: é a folha que apresenta os elementos essenciais à identificação
do trabalho. Deve ser elaborada segundo o modelo constante do apêndice X (indicar o n°).
17
- Texto: a referência bibliográfica da obra resenhada deverá ser apresentada no
início do texto. A redação da resenha obedecerá, de um modo geral, a seqüência dos
elementos relacionados no item 3.2.3 acima. Isso não significa que o texto deva,
obrigatoriamente, subdividir-se mediante o uso de subtítulos de acordo com aqueles
elementos; nas resenhas de boa qualidade, os dados sobre a obra, seu autor, o resumo do
conteúdo, os aspectos teóricos, bem como a avaliação crítica do resenhista, aparecem, em
geral, numa seqüência adequada, compondo um texto harmonioso, sucinto e de fácil
leitura.
- Referências: caso o resenhista tenha se valido de outras obras para fundamentar a
análise da obra resenhada, esse item é obrigatório, devendo ser organizado segundo a
NBR-6023/2002.
Sendo a resenha um trabalho acadêmico geralmente pouco extenso e pouco ou nada
subdividido, o sumário é elemento dispensável.
Quanto à apresentação gráfica, devem ser seguidas as orientações comuns aos
demais trabalhos acadêmicos.
3.5 Avaliação
As seguintes perguntas poderão orientar o professor na avaliação da resenha:
w a resenha apresenta as idéias principais da obra?
w aponta as características mais relevantes da obra?
w a apresentação das idéias principais é sucinta e objetiva?
w as informações sobre o autor são suficientes para sua identificação?
w as conclusões do autor são comentadas/discutidas?
w o posicionamento (teórico, político, econômico, social) do autor é discutido?
w a crítica do resenhista é pertinente e fundamentada ou justificada?
w a linguagem utilizada na resenha respeita a norma culta?
w a obra está corretamente referenciada?
w as normas técnicas de apresentação de trabalhos acadêmico-científicos foram
observadas?
FACULDADE DE TECNOLOGIA DE CARAPICUÍBA
Compartilhe com seus amigos: |