13ª Mostra da Produção Universitária
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Rio Grande/RS, Brasil, 14 a 17 de outubro de 2014.
A história da literatura ocidental Para ler o Ocidente,
de José Hildebrando Dacanal
DUARTE, Bruno Marques (autor)
PÓVOAS, Mauro Nicola (orientador)
brunomd@hotmail.com
Evento: Encontro de pós-graduação
Área do conhecimento: História da Literatura
Palavras-chave: História da Literatura; Ocidente; José Hildebrando Dacanal.
1 INTRODUÇÃO
Este trabalho analisa as características e os critérios que organizam a escrita de Para ler o Ocidente: Hélade, Israel e Roma, publicada em 2013, de José Hildebrando Dacanal. A referida obra insere-se no conjunto de histórias da literatura ocidental, de autores brasileiros, que dedicaram-se em reconstituir o percurso do passado literário que configurou a cultura do Ocidente, tal como fez Otto Maria Carpeaux (1900-1978) na sua História da literatura ocidental, de 1947, e Salvatore D’Onofrio em Literatura ocidental: autores e obras fundamentais, de 1997.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Para analisar o objeto selecionado, esta pesquisa emprega determinados conceitos e princípios procedentes da teoria da história da literatura. Em especial, os pressupostos teóricos dos seguintes autores e textos: Yuri Tynianov, “Da evolução literária”; David Perkins, “História da literatura e narração” e Siegfried Schmidt, “Sobre a escrita da história da literatura”.
3 MATERIAIS E MÉTODOS (ou PROCEDIMENTO METODOLÓGICO)
Trata-se de uma pesquisa de caráter estritamente bibliográfico. Desse modo, para aplicar a análise proposta, aplica-se os conceitos e princípios dos teóricos mencionados, na história da literatura ocidental Para ler o Ocidente: Hélade, Israel e Roma.
4 RESULTADOS e DISCUSSÃO
O objetivo de Dacanal é listar e apresentar as obras-mestras de cada civilização, bem como narrar os fundamentos básicos que configuraram a literatura ocidental, resultante do sincretismo das três culturas principais que moldaram o Ocidente: Hélade, Israel e Roma. Desse modo, o autor narra o percurso histórico que configurou essas três grandes civilizações. A última, pelos caminhos do processo histórico, herdou o monumental legado civilizatório de helenos e israelitas, constituindo assim, os fundamentos culturais do Ocidente.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este breve exame de Para ler o Ocidente: Hélade, Israel e Roma, de José Hildebrando Dacanal, permite registrarmos, a título de conclusão, algumas constatações básicas:
1 – Do ponto de vista temporal, a narrativa organiza-se na perspectiva histórica linear cronológica dos eventos traçados. Do mesmo modo, o registro dos autores e a análise de suas respectivas obras, também estão dispostos nessa ordem.
2 – A obra segue o tradicional modelo de apresentar a vida e as obras dos autores, dispostos na narrativa de forma episódica e sequencial. No entanto, antes da biografia do escritor, tem-se a narração histórica, política e cultural do país e/ou da região onde a obra foi produzida.
3 – Apesar de tecer historicamente quase dois milênios que envolvem a produção de textos literários do Ocidente, a obra analisa não só os três gêneros clássicos: épico, lírico e dramático, mas também, o antigo romance grego, contos, relatos, salmos, provérbios e parábolas.
4 – Para ler o Ocidente compõe-se também de múltiplos gêneros textuais. Com efeito, não se têm apenas produções literárias. Há obras pertencentes às áreas da História e Filosofia, bem como as escrituras sagradas do Cristianismo antigo.
5 – A narrativa articula de forma eficiente os âmbitos históricos, biográficos e literários. No entanto, Dacanal utiliza a crítica literária, atribuindo ênfase aos aspectos extraliterários.
REFERÊNCIAS
DACANAL, José Hildebrando. Para ler o Ocidente: Hélade, Israel, Roma. Porto Alegre: BesouroBox, 2013.
PERKINS, David. História da literatura e narração. Cadernos do Centro de Pesquisas Literárias da PUCRS, Porto Alegre, v. 3, n. 1, mar. 1999. Série Traduções.
SCHMIDT, Siegfried J. Sobre a escrita da história da literatura. In: OLINTO, Heidrun Krieger (Org.). Histórias de literatura: As novas teorias alemãs. São Paulo: Ática, 1996.
TYNIANOV J. “Da evolução literária”. In: EIKHENBAUM, B. Teoria da literatura: formalistas russos. Porto Alegre: Globo, 1973.
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